Como fugir do platô do emagrecimento: uso racional de fitoterápicos e outras estratégias.
Perder peso é fácil! O difícil é:
- a) perder peso baseando-se em ações promotoras de saúde de maneira equilibrada e sustentável e;
- b) manter o peso perdido no longo prazo (por pelo menos 1 ano após dieta).
Mais que apenas calcular as quantidades de macro e micronutrientes, devemos incluir alimentos /fitoquímicos / fitoterápicos e suplementos que se comportem como “gatilhos nutricionais” a fim de restabelecer o funcionamento “normal” dos componentes do Gasto Energético Total e também melhorar a ação hormonal (melhorando aspectos como fome, saciedade, sono, disposição, humor, entre outros). E para isso podemos incluir:
– Gengibre (Zingiber officinale): junto a uma grande refeição, 2g do pó demonstrou aumentar em torno de 50kcal a Termogênese Induzida pela Dieta (TID).
– Ativos que estimulem biogênese mitocondrial, como coenzima Q10 (CoQ10), extrato de Camellia sinensis (contendo EGCG), alho (Allium sativum) e cacau (Theobroma caccao).
– Pimenta vermelha (Capsicum annuum): junto a uma refeição (em torno de 3-10mg do extrato seco) é capaz em aumentar temperatura corporal, reduzir fome na refeição por aumentar hormônios anorexígenos (CCK e GLP-1) e reduzir orexígenos (Grelina).
– Aumentar quantidade de proteína para em torno de 2,0g de proteína/kg/dia, fracionando ao longo do dia (pelo menos 4 refeições/dia). O aumento da quantidade e fracionamento promove aumento da TMB, redução de fome e maior oxidação de gordura abdominal.
– Periodizar a dieta. Ao invés de realizarmos restrição calórica contínua, parece ser interessante implementarmos “diets breaks” (“quebras na dieta”) de modo a interromper a homeostase do organismo e, assim, retardar a termogênese adaptativa.
– Utilizar diferentes fitoterápicos e princípios bioativos para normalizar a ação dos hormônios que estão alterados. Tais como: adaptógenos (Rhodiola rosea, Eleutherococcus senticosus) para cortisol; Erva-cidreira (Melissa officinale) e Camomila (Matricaria recutita) para ansiedade; Alga-marrom (Fucus vesiculosis) e Oliveira (Olea europaea) para restabelecimento dos hormônios da tireoide.
A lista de ativos com seus respectivos mecanismos de ação diferentes é vasta! Estas são algumas sugestões que pode-se incluir nas prescrições para tentar fugir do “efeito platô” comumente vivenciado pelos pacientes.
Referências
ARRÁEZ-ROMÁN, D. et al. Activation of Human Brown Adipose Tissue by Capsinoids, Catechins, Ephedrine, and Other Dietary Components: A Systematic Review. p. 291–302, 2019.
MAUNDER, A. et al. Effectiveness of herbal medicines for weight loss : a systematic review and meta- analysis of randomised controlled trials This ar icle is pro ec ed b cop righ All righ s reser ed This ar icle is pro ec ed b cop righ All righ s reser ed. [s.d.].
OSUNA-PRIETO, F. J. et al. Activation of Human Brown Adipose Tissue by Capsinoids , Catechins , Ephedrine , and Other Dietary Components : A Systematic Review. p. 291–302, 2019

Nutricionista
Mestre em Ciências da Nutrição (UFPB/USP)
Coordenador da pós-graduação em Fitoterapia do PratiEnsino