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A importância do uso da colina no período gestacional e na lactação

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A importância do uso da colina no período gestacional e na lactação

O período gestacional e de lactação requer atenção especial quanto à ingestão de nutrientes uma vez que é uma fase em que ocorre aumento significativo das necessidades energéticas e nutricionais para suprir a mãe e o bebê. A colina possui funções importantes durante o período fetal e neonatal, sendo essencial para o desenvolvimento físico e mental da criança.

A colina é um nutriente essencial no metabolismo fosfolipídico das membranas celulares, para sinalização colinérgica, sinalização transmembrana e metabolismo e transposte de colesterol. Além disso, atua no processo de neurotransmissão, por ser precursora da acetilcolina.

Os fosfolipídios da colina, esfingomielina e fosfatidicolina são necessários em grandes quantidades para a biogênese de membrana, mielinização dos axônios, divisão celular, expansão do tecido e transporte lipídico. Além disso, a acetilcolina é um neurotransmissor essencial para a organização e funcionamento do cérebro em desenvolvimento por seus efeitos sobre a formação de sinapses e neurogênese, além de atuar como principal neurotransmissor do sistema nervoso parassimpático.

A colina também é responsável em participar da síntese de betaína, a qual é fundamental para o desenvolvimento embrionário e fetal. Funciona como um doador de metil para a conversão de homocisteína em metionina. A deficiência de betaína está associada a diversos distúrbios metabólicos e sua suplementação está pode prevenor esteatose hepática e melhorar desempenho de crescimento.

O organismo humano sintetiza uma pequena quantidade de colina, mas o consumo durante a gestação e lactação se faz necessário por meio de alimentos ou suplementação de micronutrientes. A demanda de colina durante a gravidez é alta e parece exceder as recomendações atuais de ingestão de colina. Além disso, o período de lactação também exige suplementação de colina devido à sua alta concentração no leite materno.

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Conforme a RDC nº269/2005 emitida pela ANVISA, recomenda-se a ingestão diária de 450mg/dia de colina na gestação e de 550mg/dia na lactação.

Caudill et al (2018) examinaram os efeitos da suplementação de colina durante a gravidez na cognição infantil. Um grupo recebeu mais colina do que o outro. O resultado indica que o consumo materno de aproximadamente o dobro da quantidade recomendada de colina durante o último trimestre possivelmente melhora a velocidade do processamento de informações do bebê. Além disso, para os bebês do grupo com menores índices de colina, houve um efeito linear significativo do tempo de reação, sugerindo que mesmo aumentos modestos na ingestão materna de colina durante a gravidez podem produzir benefícios cognitivos para o bebê.

A importância do consumo de colina durante a gestação e durante a lactação foi reforçada pela Academia Americana de Pediatria e pela Associação Médica Americana. Há indícios de que a ingestão inadequada de colina pode resultar em déficits de função cerebral ao longo da vida, mesmo com a reposição subsequente de nutrientes.

A colina pode ser encontrada no leite materno e em gemas de ovos, carne vermelha magra, peixe, aves, legumes, nozes e vegetais crucíferos, e garantir seu consumo é necessário, pois a colina está em alta demanda durante a gravidez e lactação, e a maioria das mulheres consome menos do que os 450 miligramas por dia recomendados. Por isso, faz-se necessária a suplementação e o devido acompanhamento nutricional e obstétrico a fim de garantir saúde e bem estar para o bebê e a gestante.

Referências

Regulamento Técnico Sobre a Ingestão Diária Recomendada de Proteína, Vitaminas E Minerais. Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005. ANVISA.

Caudill et al. Maternal choline supplementation during the third trimester of pregnancy improves infant information processing speed: a randomized, double-blind, controlled feeding study. FASEB J. 32, 000–000 (2018). doi: 10.1096/fj.201700692RR

Andreia Nishiyamamoto
Andreia Nishiyamamoto
Nutricionista Diretora PratiEnsino Preceptora de residência clínica (HUPE/UERJ) Especialista em nutrição clínica estética e saúde da mulher
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