Intervenção nutricional no melasma
O Melasma é uma hipermelanose simétrica com bordas irregulares considerada como distúrbio pigmentar crônico. Caracteriza-se por hiperpigmentação clara a marrom escura com predominância na face em diferentes intensidades (centrofacial, malar e mandibular).
Pode ocorrer em qualquer tipo de pele e cor de pele, porém é mais comum em mulheres entre 30 a 55 anos com fototipo Fitzpatrick acima de III. Afeta cerca de 15 a 35% das mulheres brasileiras.
As manchas geralmente se iniciam por alterações hormonais, seja de gravidez, uso de anticoncepcional ou genética. Podem também ser estimuladas pela exposição à radiação ultravioleta que, por estimulo de enzimas como a tirosinase e fatores inflamatórios, a pele passa a produzir mais pigmento (melanina). Fatores como calor excessivo, alteração da microbiota intestinal, qualidade de sono, stress, também influenciam a hiperpigmentação.
A conduta nutricional requer um protocolo abrangente e inteligente. Não devemos pensar apenas em um só fator de aumento para a produção da melanina, e sim em equilibrar o paciente como um todo: emoção, intestino, inflamação e a pigmentação.
O tratamento tópico para o melasma inclui protocolos de lasers, ácidos, entre outros e requer um profissional bastante capacitado para a escolha e execução do mesmo, uma vez que a mancha é bastante instável e pode até mesmo apresentar piora. Mas, com o auxílio da nutrição estética, podemos potencializar e assegurar os resultados.
O uso da fitoterapia para o controle do estresse, ansiedade é bastante bem vindo nesse protocolo, e para isso podemos contar com a ajuda de plantas como a Rhodiola rósea, a Passiflora incarnata, Panax ginseng, dentre outros.
A modulação intestinal é de extrema importância nesta desordem estética. Ajuste da dieta com aporte adequado de fibras, hidratação, uso de probióticos e prebióticos e redução de marcadores inflamatórios, contribuem positivamente para a melhora da pele, incluindo sua pigmentação. Cepas como Lactobacilos jhonsonii e plantarum são bastante estudadas em dermatologia.
Quando falamos em reduzir a pigmentação, precisamos pensar em inibição da tirosinase, enzima que estimula a melanogenese, e que tem sido alvo de muitos estudos na dermatologia e na nutrição estética. Polifenois, fitoterápicos como a Polypodium leucotomus, Punica granatum (romã) e Pinus pinaster, são exemplos de inibidores da enzima e consequentemente “clareadores” orais.
Pensar em proteger essa pele para evitar novas manchas também é bastante importante e prudente para o resultado do tratamento. Para isso a recomendação é de filtro solar tópico e, conceito inovador no melasma, a fotoproteção oral. Trata-se de proteger a agressão da radiação de dentro para fora, como se o filtro solar fosse ingerido. Nutracêuticos como o ômega 3 e a luteína tem essa propriedade fotoprotetora e podem ser prescritas no tratamento e prevenção do melasma.
Referência:
Aladrén S. et al. Efficacy and Safety of an Oral Nutritional (Dietary) Supplement Containing Pinus pinaster Bark Extract and Grape Seed Extract in Combination with a High SPF Sunscreen in the Treatment of Mild-to-Moderate Melasma: A Prospective Clinical StudyCosmetics 2019, 6, 15.
Ogbechie-Godec OA, Elbuluk N. Melasma: an Up-to-Date Comprehensive Review. Dermatol Ther (Heidelb). 2017;7(3):305-318. doi:10.1007/s13555-017-0194-1

Nutricionista Especialista em fitoterapia, nutrição estética, ortomolecular, esportiva
Membro de equipe de cirurgia plástica
Consultora científica em empresa de nutracêuticos.
Coordenadora da pós-graduação em nutrição estética e saúde da mulher (PratiEnsino)