O consumo de amêndoas e sua influência no diabetes mellitus tipo 2
A amêndoa possui baixo índice glicêmico e alto teor de fibras, além de minerais e proteínas. Também contém compostos fenólicos, com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, capacidade em diminuir níveis séricos lipídicos e de inibir as enzimas digestivas como a tripsina e a amilase.
Além disso, as amêndoas possuem gorduras monoinsaturadas, alfa tocoferol, cobre, magnésio, arginina, fitoesteróis e polifenóis. Estes nutrientes auxiliam na melhora de distúrbios metabólicos, como obesidade, diabetes mellitus tipo 2, manutenção da pressão arterial, além de contribuir para aumento nos níveis séricos de HDL-colesterol.
Um estudo cruzado e randomizado avaliou os efeitos agudos do consumo de amêndoas nas respostas glicêmicas, hormonais e de apetite pós-prandiais em homens com diabetes tipo 2. Como resultado, os pesquisadores verificaram que uma refeição contendo amêndoas (versus controle isocalórico de micronutrientes) induziu respostas glicêmicas e insulinêmicas mais baixas. Também constataram que refeições contendo amêndoas (versus controle isocalórico combinado com micronutrientes) induziram concentrações séricas pós-prandiais de GLP-1 mais altas e foram capazes de induzir respostas de apetite pós-prandial mais favoráveis. Sugerindo assim que os nutrientes das amêndoas podem ter um impacto benéfico nas respostas glicêmicas, hormonais e de apetite pós-prandiais nesse grupo de homens diabéticos.
Um estudo canadense utilizou dados de 117 pacientes com diabetes tipo 2, sugerindo que a substituição de carboidratos por oleaginosas com baixos níveis de carboidrato, como as amêndoas, poderia melhorar o controle glicêmico e a saúde cardiovascular. Evidenciaram nos resultados que a ingestão de 70g de oleaginosas por dia melhora o perfil lipídico do paciente diabético e o controle glicêmico.
As amêndoas podem ser consumidas como lanche e também serem adicionadas a preparações salgadas e doces. Embora ainda não haja cura para o diabetes, a doença pode ser controlada através de bons hábitos alimentares, já que a progressão e complicações clínicas da doença está diretamente relacionada ao padrão alimentar dos indivíduos.
Referências
Hou et al. A Randomized Controlled Trial to Compare the Effect of Peanuts and Almonds on the Cardio-Metabolic and Inflammatory Parameters in Patients with Type 2 Diabetes Mellitus. Nutrients. 2018. PMID 30360498
Bodnaruc et al. Acute effects of an isocaloric macronutrient-matched breakfast meal containing almonds on glycemic, hormonal and appetite responses in men with type 2 diabetes: a randomized cross-over study. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism. 2019 Oct 16. doi: 10.1139/apnm-2019-0559. [Epub ahead of print]
Jenkins et al. Nuts as a replacement for carbohydrates in the diabetic diet: a reanalysis of a randomised controlled trial. Diabetologia 61, 1734–1747 (2018). https://doi.org/10.1007/s00125-018-4628-9
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